CORDEL PARAÍBA

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Bem-vindos, peguem carona/Na cadência do cordel,/Cujo dono conhecemos:/Não pertence a coronel./É propriedade do povo:/rico, pobre, velho, novo/deliciam-se deste mel./Rico, pobre, velho, novo/Deliciam-se neste mel.

(Manoel Belisario)



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Creusa Meira ganha concurso de Cordel

Fonte: Verso & Reverso

(1º Prêmio do Concurso Rádio Sociedade da Bahia, neste ano de 2012)

                                        Creusa Meira (*)

 

O Nordeste brasileiro

Pela seca, castigado

Não se dobra às intempéries

Nem se sente injustiçado

Ao contrário, mantém viva

A riqueza que cultiva

Nos anais de cada estado

.

Os estados que compõem

Esta vasta região

Desde Rio Grande do Norte

Sergipe, Bahia, vão

Paraíba, Ceará

Piauí, Alagoas a

Pernambuco e Maranhão.

.

Neste pedaço de chão

A alegria predomina

Nos festejos populares

Que a tradição ensina

A deixar a chama acesa

Irradiando a beleza

Da cultura nordestina

.

Um traço que determina

Neste tão belo cenário

Ativa nossa memória

Inspira o imaginário

Lembrança que nos afaga

Do mestre Luiz Gonzaga

No ano do seu centenário

.

O filho de Januário

Nasceu, cresceu no sertão

De Pernambuco saiu

Sem ter do pai, permissão

Foi mais tarde, consagrado

No Brasil considerado

O eterno Rei do Baião.

.

Nordeste é a região

De destacados luzeiros

São nomes que repercutem

No cenário brasileiro

Da música, literatura

Danças, ritmos, cultura

Correndo o mundo inteiro

.

E no versejar ligeiro

Faço a minha homenagem

Aos poetas populares

Que deixam sua mensagem

Cantando com maestria

Transformam dor em poesia

Dificuldade em coragem

.

Faço também a viagem

Pelos cercos do passado

Revivendo os costumes

Que ficaram preservados

Construindo a história

Na lembrança, na memória

Um tempo eternizado

.

Festa de São João, reisados

Pau de sebo, carnaval

Quadrilha, bumba meu boi

Fogueiras no arraial

Comidas, artesanato

Folguedos que são de fato

Um celeiro cultural..

(*) Creusa Meira é poeta de cordel, natural de Dom Basílio (BA), residente em Salvador. Apaixonou-se pela literatura de cordel, após contato com a poesia de Patativa do Assaré e os escritos de seu Pai Né Meira (bandolinista), que escreveu Diários e ABCs em sextilhas e os esqueceu entre papéis guardados. Com o advento do Cordel na internet participou de um festival de versos virtuais e um concurso de Cordel.

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